Se você também já se pegou ouvindo K-pop, maratonando doramas e agora se vê curiosa(o) com os livros coreanos, bem-vindo ao clube! A Coreia do Sul não está dominando só as playlists e as telas — ela também está invadindo as estantes. E não é à toa: as histórias coreanas estão tocando o coração de leitores do mundo todo, inclusive o nosso, aqui no Brasil.
O que antes parecia uma curiosidade de nicho hoje virou tendência: editoras estão apostando forte em autores coreanos, livrarias têm seções dedicadas à literatura asiática e as redes sociais estão cheias de indicações de livros coreanos que emocionam, curam e fazem pensar.
Mas por que, afinal, o público brasileiro se apaixonou tanto por essa literatura?
Da batida do K-pop ao som das páginas

Tudo começou, claro, com a onda do K-pop e dos doramas. Quando grupos como BTS e Blackpink colocaram a Coreia no mapa do entretenimento global, muita gente começou a se interessar pela cultura do país — e os livros coreanos acabou sendo o próximo passo natural.
Um momento marcante foi quando RM e Suga, do BTS, foram vistos lendo “Amêndoas”, da autora Won-pyung Sohn. O livro explodiu nas listas de mais vendidos e inspirou fãs no mundo todo a conhecer a literatura coreana. E não parou por aí: outras obras, como “Queria Morrer, Mas no Céu Não Tem Tteokbokki”, de Baek Sehee, também viralizaram, dando origem a clubes de leitura dedicados às recomendações dos idols.
De repente, ler livros coreanos virou não só um hobby, mas um estilo de vida — um jeito de entender melhor o sentimento por trás das letras das músicas e o universo dos doramas.
O que faz os livros coreanos tão especiais?
A grande diferença está no jeito de contar histórias. Enquanto muita literatura ocidental aposta em enredos grandiosos e reviravoltas cinematográficas, os livros coreanos se destacam por sua sensibilidade. Eles falam sobre o cotidiano, as pequenas dores, o silêncio, o afeto e, principalmente, o autoconhecimento.
É aquele tipo de leitura que parece sussurrar: “tudo bem não estar tudo bem”. E isso é poderoso.
A maioria dessas obras é escrita por mulheres, o que traz um olhar ainda mais profundo sobre temas como solidão, identidade, maternidade, desigualdade e saúde mental. E, ao contrário do que muita gente imagina, não é uma literatura triste — é reflexiva, acolhedora e humana.
10 livros coreanos para conhecer e se apaixonar
Se você quer entrar nesse universo encantador, aqui vão alguns títulos que estão conquistando leitores brasileiros (e o coração de quem ama cultura asiática):
1- A Extraordinária Cozinha dos Livros – Kim Jee Hye

Uma história quentinha como sopa em dia frio. Ambientado em uma livraria-café, o livro mostra como a leitura (e a comida!) podem curar feridas emocionais.
2- Kim Jiyoung, nascida em 1982 – Cho Nam-Joo

Um romance leve e carinhoso, onde o amor é literalmente um remédio. Ideal pra quem acredita que gentileza e empatia são a melhor cura.
3- Farmácia do Amor da Família Botero – Lee Sun-Young

Um marco da literatura feminista coreana. A protagonista representa milhões de mulheres presas em papéis impostos pela sociedade. É forte, tocante e necessário.
4- A Inconveniente Loja de Conveniência – Kim Ho-yeon

Mistura drama e mistério de um jeito encantador. Mostra como pequenos encontros podem mudar vidas inteiras.
5- Amêndoas – Won-pyung Sohn

O best-seller que começou o boom! Conta a história de Yunjae, um garoto que não sente emoções da forma “normal”. É emocionante e profundo.
6- A Vegetariana – Han Kang

Um dos livros coreanos mais comentados no mundo. Uma mulher decide parar de comer carne e, com isso, desafia tudo e todos. Intenso e simbólico.
7- Bem-vindos à Livraria Hyunam-dong – Hwang Bo-Reum

Um sonho de toda leitora: abrir uma livraria que vira refúgio para pessoas e histórias. Um romance sobre recomeços e o poder da literatura.
8- Flor Negra – Kim Young-Há

Baseado em fatos reais, fala sobre imigrantes coreanos no México. História de coragem, amor e resistência.
9- Queria Morrer, Mas no Céu Não Tem Tteokbokki – Baek Sehee

Um relato sincero sobre depressão e ansiedade. A autora conversa com sua terapeuta e transforma a dor em palavras de acolhimento.
10- Pachinko – Min Jin Lee

Um épico que acompanha gerações de coreanos vivendo no Japão. Um livro sobre família, discriminação e esperança.
Esses são só alguns exemplos — mas já dá pra sentir o quanto os livros coreanos são diversos, né? Eles vão do drama psicológico ao romance leve, passando pela história e até pela espiritualidade.
Leitura como cura (e conexão)
Há algo de terapêutico nesses livros. Eles não prometem finais perfeitos, mas trazem consciência emocional — e, convenhamos, quem não precisa disso hoje em dia?
Ler um livro coreano é como sentar em um café silencioso em Seul, olhando pela janela enquanto neva, e pensar na vida. É sobre se reconhecer nas personagens, mesmo que elas vivam do outro lado do mundo.
Muita gente chama esse estilo de “ficção de cura”, e faz sentido: a leitura não serve só pra distrair, mas também pra curar feridas internas e reconectar a gente com sentimentos que às vezes deixamos de lado.
E por que esse movimento é importante?
Porque ele mostra que a literatura não tem fronteiras. Os livros coreanos estão abrindo espaço para novas vozes e temas que antes eram pouco discutidos — especialmente sobre o universo feminino e as pressões da sociedade moderna.
Além disso, eles aproximam culturas. Quando um leitor brasileiro lê uma autora coreana e se identifica com suas dores, percebe que o ser humano é o mesmo em qualquer parte do mundo — só muda o idioma.
Um convite para você
Se você ainda não mergulhou nos livros coreanos, talvez agora seja a hora. Escolha um título que combine com seu momento e se permita sentir. Pode ser um romance delicado, um drama sobre autodescoberta ou até uma história de superação.
Mais do que modinha, essa nova onda literária é um movimento que celebra a empatia, o afeto e a coragem de olhar pra dentro.
Então, bora colocar um livro coreano na sua TBR? Quem sabe ele não muda um pouquinho a forma como você vê o mundo — e a si mesma?
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